A vacina tríplice viral confere proteção contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR). Essas três doenças podem estar associadas a graves complicações e/ou à morte. Graças à vacinação rotineira e a um intenso programa de campanhas vacinais, a rubéola foi eliminada das Américas em 2015, o sarampo em 2016 e a caxumba teve sua incidência radicalmente reduzida.
No entanto, por motivos multifatoriais, inclusive a não percepção de risco para essas doenças pela população e também pelos médicos, o país enfrenta, desde 2016, uma queda substancial da cobertura vacinal entre crianças e, entre adultos, reduzida busca pela vacina.
Diante desse cenário, com a reintrodução do vírus na região norte do país, em 2018 foram registrados mais de 10 mil casos de sarampo distribuídos em diferentes estados, mas com a grande maioria no estado do Amazonas. Campanhas de vacinação, a comunicação e o alerta dado pelo Ministério da Saúde e pelas sociedades médicas, no entanto, não foram suficientes para que todos buscassem a vacinação. Dessa forma, em 2018 o sarampo continuava a causar surtos, principalmente no Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro) e na Bahia.
O sarampo é uma doença viral infecciosa aguda, extremamente grave e altamente contagiosa. Uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, principal causa de morte por sarampo em crianças pequenas. Pode ainda evoluir para otite média, encefalite e morte. A panencefalite esclerosante subaguda é uma doença neurodegenerativa fatal, rara, que pode se desenvolver de sete a dez anos após a infecção por sarampo, caracterizada por deterioração intelectual, convulsões e mioclonias e que pode evoluir para descerebração espástica e morte. O sarampo pode ser contraído por pessoas de qualquer idade!
A transmissão do sarampo ocorre quando o indivíduo doente tosse, fala,
Os principais sintomas do sarampo são: febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.
Embora o maior número de casos esteja ocorrendo entre os adolescentes e adultos jovens, os maiores coeficientes de incidência da doença ainda se encontram entre os menores de 12 meses, especialmente no segundo semestre de vida.
Intensificação da vacinação rotineira com a tríplice viral, em todo o território nacional, para toda a população entre 12 meses e 49 anos e para profissionais da saúde sem limite de idade. A vacina está contraindicada para gestantes e pessoas com imunossupressão por doença ou tratamento (consulte calendário de vacinação de pacientes especiais em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-pacientes-especiais.pdf); Aplicação de dose extra da tríplice viral em crianças de 6 a 11 meses de idade, que residam ou que se desloquem para municípios em surto ativo (acompanhar notas técnicas do Ministério da Saúde); Vacinação de bloqueio em caso de exposição ou surtos comunitários.
Duas doses da tríplice viral aos 12 e 15 meses de idade; Para crianças que receberam dose extra antes de 1 ano de idade: 2 doses da tríplice viral com intervalo mínimo de 1 mês entre elas; Para crianças, adolescentes e adultos não vacinados: 2 doses da tríplice viral com intervalo mínimo de 1 mês entre elas; Para crianças, adolescentes e adultos que receberam apenas 1 dose da vacina após a idade de 1 ano: 1 dose da tríplice viral; Para adultos que receberam uma dose da vacina contra o sarampo antes da idade de 1 ano: 2 doses da tríplice viral com intervalo mínimo de 1 mês entre elas; Para crianças, adolescentes e adultos com esquema completo não há evidências que justifiquem uma terceira dose como rotina, podendo ser considerada em situações de exposição ou surtos de sarampo ou caxumba.
Considera-se vacinado quem apresentar registro da aplicação da vacina. Caso contrário, deve-se recomendar a vacinação, sem risco de evento adverso ou qualquer prejuízo para a saúde do indivíduo; Pessoas com mais de 49 anos provavelmente tiveram sarampo, por isso não são prioridade do Ministério da Saúde para a vacinação. No entanto, ainda que raramente (incidência de 39 casos/100 mil entre maiores de 50 anos no Amazonas), podem adoecer. Diante da exposição ao vírus, dúvida sobre passado de doença ou sobre o histórico vacinal, a vacinação é indicada, inclusive para maiores de 60 anos; Do ponto de vista de saúde pública, na rotina, o Ministério da Saúde disponibiliza 2 doses da tríplice viral para pessoas entre 1 e 29 anos e 1 dose para aqueles entre 30 e 49 anos.
A vacina tríplice viral está
Puérperas podem ser vacinadas a partir do pós-parto imediato.
Não há contraindicação para mulheres amamentando, mesmo bebês com menos de seis meses de idade.
Gestantes; Bebês com menos de 6 meses de idade; Pessoas imunossuprimidas por doença ou uso de medicação imunossupressora; Crianças que vivem com vírus da imunodeficiência humana (HIV) que tenham imunossupressão e/ou sintomatologia grave (CD4<15% para aquelas até 5 anos; e CD4<200 células/mm3, para maiores de 5 anos); Adultos que vivem com HIV com CD4<200. Para aqueles com CD4 entre 200 e 350, os parâmetros clínicos e o risco epidemiológico devem ser avaliados pelo médico para a tomada de decisão; Pessoas com histórico de alergia grave (anafilaxia) após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes. Importante: não há contraindicação para alérgicos a ovo; A rede pública dispõe de vacinas tríplice viral produzidas por três fabricantes: Fiocruz/Bio-Manguinhos, Serum Institute of India e GSK. A vacina do Serum Institute of India contém traços de lactoalbumina, portanto é contraindicada para alérgicos à proteína do leite de vaca. A condição deve ser informada na sala de vacinação, para que a vacina adequada seja administrada.