Associação entre fatores de risco para desenvolvimento de câncer de colo uterino em mulheres HIV+
Raíssa Vieira Maluf
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Maria Conceição da Silva Maia
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Fernando Raphael de Almeida Ferry
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Jorge Francisco da Cunha Pinto
1
Yara Lucia Furtado
1
1Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
*Autor correspondente: ra_maluf@hotmail.com
Objetivo: Avaliar fatores de risco em mulheres HIV positivas, atendidas no Hospital Universitário Gafree e Guinle (HUGG), associados a alterações citológicas.
Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal, no qual foram selecionadas 112 mulheres HIV positivas que estavam em acompanhamento no ambulatório de imunologia do HUGG no período de agosto de 2015 a julho de 2016. Realizou-se coleta citológica e aplicou-se questionário. Avaliou-se os seguintes fatores de risco: tabagismo, uso de anticoncepcional oral (ACO), não aderência ao tratamento antirretroviral e presença de herpes genital. Realizou-se análise bivariada para analisar a associação entre os fatores de risco e alterações citológicas. O nível de significância determinado foi de 0,05.
Resultados: A citologia estava alterada em 15,2% (17/112) dos casos. A adesão ao tratamento antirretroviral foi o único fator de risco que mostrou significância estatística (p=0,0369). Quanto ao uso do ACO, observou-se que em 1,8% (2/112) dos casos houve alteração citológica, sendo que somente 9 pacientes do total faziam uso de ACO. Entre as participantes do estudo, 26 eram fumantes, e houve alteração citológica em 5,37% (6/112) dos casos. Da amostra estudada, 18 mulheres apresentavam herpes genital. Quanto a essa associação, houve 3,57% (4/112) de mulheres com alteração citológica.
Conclusão: Os achados mostraram a importância da aderência ao tratamento antirretroviral das mulheres HIV+, mais que outros fatores de risco; a aderência ao tratamento diminui a chance de desenvolvimento de lesão precursora e do câncer do colo uterino nas mulheres HIV+.
Palavras-chave: câncer de colo uterino; AIDS; fatores de risco.
Falência ovariana prematura em paciente de 16 anos: a propósito de um caso
Luiza Lisboa Carramenha
1
Gabriela Paiva Soares e Ladeira
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Filomena Aste Silveira
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Juliana Almeida Baptista de Souza
1
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1Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
*Autor correspondente: julianabaptista92@gmail.com
Objetivo: Relatar o caso de uma adolescente de 16 anos com queixa de amenorreia secundária.
Métodos: As informações foram obtidas por meio de anamnese e exame físico, exames complementares e acompanhamento da paciente no Ambulatório de Ginecologia Infanto-Puberal.
Resultados: MPB, 16 anos, refere amenorreia secundária há um ano. Menarca aos 11 anos, com catamênios regulares. Presença de estatura normal e caracteres sexuais secundários presentes sem atividade sexual. História de epilepsia em tratamento desde os 3 anos, nega cirurgias prévias, nega história de parotidite. Não foram identificados casos semelhantes na família. Estatura compatível com o alvo genético, presença de caracteres secundários (mamas e pelos pubianos estágios 4 de Tanner) e ausência de sinais de hiperandrogenismo. Aventado o diagnóstico de anovulação crônica, prescrita progesterona de segunda fase, sem resposta. Apresentou sexarca durante período de investigação, sem queixas. Investigação: Ultrassonografia demonstra útero com volume de 17,3 mL, eco endometrial central de 0,5 mm, ovários de dimensões normais. Resultado dos exames laboratoriais compatíveis com hipogonadismo hipergonadotrófico (FSH=108 mUI/mL, LH=53 mUI/mL e estradiol=11 pg/mL). Solicitado cariótipo=46, XX. Após os exames realizados, foi confirmado o diagnóstico de falência ovariana prematura.
Conclusão: A falência ovariana prematura trata-se de um diagnóstico incomum, de origem desconhecida, cuja incidência anual é em torno de 10/100.000 mulheres. Nas adolescentes, a falência ovariana prematura é ainda mais rara, ocorrendo em apenas 2,5% de todas as adolescentes. A conduta adotada deve ser reposição hormonal contínua, tendo em vista minimizarmos os sintomas usuais de hipoestrogenismo. Deve-se orientar as pacientes a respeito da opção para maternidade por meio de fertilização in vitro com ovodoação.
Palavras-chave: amenorreia, insuficiência ovariana primária; adolescente.
Frequência de progressão de líquen escleroso vulvar para neoplasia intraepitelial vulvar ou carcinoma epidermoide no Instituto de Ginecologia da UFRJ
Iara Batalha Santos
1
Ninybeth Bowens
1
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Carla Silva Salles
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Adriana Correia
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Gutenberg Leão de Almeida Filho
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Yara Lúcia Mendes Furtado de Melo
1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
*Autor correspondente: ninybowens@gmail.com
Objetivo: Analisar a prevalência do diagnóstico de líquen escleroso (LE) anogenital, assim como a frequência de progressão para neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) diferenciada ou carcinoma escamoso, no Ambulatório de Patologia Vulvar do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IG-UFRJ).
Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal, no qual se analisou mulheres matriculadas no Instituto de Ginecologia da UFRJ e atendidas no Ambulatório de Patologia Vulvar de janeiro de 2002 a dezembro de 2010.
Resultados: Durante esse período, foram realizadas 1.174 consultas de primeira vez no ambulatório, das quais 29,8% (351/1174) tiveram diagnósticos de LE. Entre os anos de 2002 e 2010, houve apenas um caso de progressão histológica para NIV, em 2005, representando um percentual de 0,28% (1/351) do total de casos de LE naquele período. Não houve caso registrado de progressão para carcinoma epidermoide.
Conclusão: A prevalência de LE no IG-UFRJ foi relativamente alta por ser um ambulatório de referência. A rara progressão histológica encontrada neste estudo mostra a provável eficiência do tratamento clínico e do seguimento realizados corretamente, na prevenção da carcinogênese vulvar.
Palavras-chave: líquen escleroso vulvar, neoplasias vulvares, doenças da vulva.
O efeito do uso contínuo de hormônios esteroides sexuais em vagina e colo uterino de ratas
Caroline Braga Braga Trabach
1
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Helene Nara Henriques Blanc
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Cristiano Salles Rodrigues
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1Universidade Federal do Rio de Janeiro - Macaé (RJ), Brasil.
*Autor correspondente: carolinebraga@outlook.com
Objetivo: Verificar, na vagina e colo uterino de ratas castradas, o efeito da terapia hormonal (TH) com tibolona (T), estradiol (E2) ou estradiol e progesterona combinados (E2Pg), após o uso de anticoncepcional hormonal injetável (AHI) durante a vida reprodutiva.
Métodos: Foram utilizadas 50 ratas Wistar, fêmeas, divididas aleatoriamente em 10 grupos (n=5/grupo). Cada animal recebeu inicialmente tratamento semanal com AHI (Mesigyna®) ou placebo (PL) por via subcutânea (0,02 mL) durante 21 dias. Posteriormente, os animais foram ooforectomizados (OVX) ou submetidos a estresse cirúrgico sem ooforectomia (SHAM) e, após 28 dias, todos receberam tratamento diário por gavagem (0,5 mL) com E2 (1 mg/mL), E2Pg (1 mg/mL+0,5 mg/mL), T (2 mg/mL) ou PL durante 35 dias. Os métodos de avaliação da ação hormonal foram: citologia vaginal, com cálculo do valor de maturação, histopatologia e histomorfometria da vagina e do colo de útero.
Resultados: Todas as ratas PL+OVX+PL entraram em menopausa cirúrgica, evidenciando epitélio vaginal (EpV) e cervical atróficos. As ratas PL+OVX+TH apresentaram citologia com predomínio de escamas e EpV trófico, queratinizado, com elevado valor de maturação. As ratas AHI+OVX+ (PL ou TH) apresentaram citologia com predominância de células profundas em aglomerados, com leucócitos e muco. Esse padrão citológico foi observado somente em ratas sob estímulo do AHI e reflete baixa maturação epitelial. O EpV nestes grupos variou entre queratinizado e em processo de queratinização. O grupo AHI+OVX+E2 demonstrou redução significativa da espessura do EpV em relação ao grupo PL+OVX+E2. As análises de colo de útero não evidenciaram alterações relevantes.
Conclusão: O uso da TH reverteu a atrofia vaginal e cervical causada pela ooforectomia. O AHI induziu alterações no padrão citológico normal das ratas, aparentando baixa maturação do EpV, mesmo após o uso de TH, e pareceu retardar os efeitos da TH sobre o trofismo do epitélio vaginal. Portanto, o uso prévio de AHI no período pré-menopausa pode influenciar negativamente a ação da TH quanto à maturação do EpV. Entretanto, não teve efeito displásico, nem neoplásico, em vagina e colo de útero de ratas. Essas descobertas alertam que as TH podem não ter seu efeito máximo sobre o epitélio vaginal se houver uso prévio e recente de AHI, minimizando os seus benefícios.
Palavras-chave: anticoncepção, hormônios; vagina.
Prevalência de laudos citológicos de adenocarcinoma in situ e invasor no período de 2007-2010 no SITEC/INCA
Iara Batalha Santos
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Ninybeth Bowens
1
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Katia Silveira Silva
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Fabio Russomano
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Priscila Rodrigues Moreira
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Yara Lucia Mensdes Furtado de Melo
1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
*Autor correspondente: ninybowens@gmail.com
Objetivo: Analisar a prevalência de adenocarcinoma in situ/invasor entre o total de colpocitologias oncológicas no Serviço Integrado de Tecnologia em Citologia do Instituto Nacional de Câncer (SITEC-INCA), entre as colpocitologias alteradas e a prevalência por idade.
Métodos: Estudo de corte transversa que analisou a prevalência de adenocarcinoma in situ e invasor de colo de uterino em colpocitologias oncológicas do SITEC-INCA, no período de 01 de janeiro 2007 a 31 de dezembro de 2010. O adecarcinoma invasor foi dividido em três categorias: invasor cervical, invasor endometrial e invasor sem especificação. O último possui essa terminologia devido à não identificação precisa da sua origem anatômica, podendo ser, pelas características citológicas, tanto adenocarcinoma invasor cervical como endometrial.
Resultados: A frequência de adenocarcinoma foi analisada de acordo com o período estudado e faixa etária, respectivamente.
Conclusão: Nosso levantamento mostrou que não tem havido aumento na prevalência do adenocarcinoma de diagnóstico citológico nos municípios estudados, e que não há tendência à manifestação em idades mais jovens da população brasileira.
Palavras-chave: doenças do colo do útero; neoplasias do colo do útero; colo do útero.
Rastreamento do câncer do colo uterino em gestantes adolescentes e adultas jovens em hospital universitário
Rafaela Broglio Vasques
1
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Renato Ferrari
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Maria Eduarda Bellotti Leão
2
Danielle Filippo de Lemos
2
Luiza Lisboa Carramenha
2
Yara Lucia Furtado
2
1Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
2Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
*Autor correspondente: rafaelabvasques@otlook.com
Introdução: O rastreamento da gestante para o câncer do colo uterino no atendimento de pré-natal é considerado uma oportunidade, já que o sistema de rastreamento no Brasil é oportunístico. As Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo Uterino recomendam que o rastreio seja feito na mulher entre 25 e 64 anos; e tal recomendação não muda para a mulher na gravidez. As lesões de alto grau (HSIL) são aquelas consideradas precursoras do câncer do colo.
Objetivo: Avaliar a frequência de lesões precursoras e câncer de colo uterino em gestantes até 24 anos de idade, atendidas no pré-natal da Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ME-UFRJ).
Métodos: Estudo transversal, no qual foram selecionados os resultados de exames colpocitológicos alterados nas gestantes atendidas no pré-natal da ME-UFRJ, com idade até 24 anos, entre janeiro de 2015 a maio de 2016. Os prontuários médicos das gestantes que tiveram seus exames com resultados alterados foram avaliados, para análise da frequência de HSIL.
Resultados: Totalizou-se 43 gestantes com idade até 24 anos submetidas ao exame colpocitológico. As pacientes apresentaram faixa etária entre 14 e 24 anos, sendo a média 20,4 anos. Não foi observada nenhuma HSIL nas pacientes estudadas.
Conclusão: Este achado corrobora que a faixa etária recomendada pelas Diretrizes Brasileiras, de 25 a 64 anos, deve ser mantida mesmo nas gestantes, e que a oportunidade de rastreamento deve ser dada às mulheres na faixa etária recomendada.
Palavras-chave: programas de rastreamento; gestantes; adolescentes.